terça-feira, 17 de março de 2015

Entrevista com J3T, por Vik Winchester

VIK: Então, Day of The Dead como um conceito. O que fez vocês nomearem tanto o álbum como a primeira música dele assim?

J3T: No nosso ultimo álbum, cerca de 4-5 meses depois de terminar o álbum, nossa gravadora, A&M faliu. Não havia nada que nos pudéssemos fazer sem eles. Nós mal saímos em tour, e o Notes não teve a representação que nós queríamos. Então, isso é uma espécie de volta triunfal. Nós estávamos animados e irritados com o nosso ultimo álbum, então isso foi uma volta à nossa antiga forma, uma re-representação do Hollywood Undead, por assim dizer.
Quando você está numa banda existem várias razoes que te empurram para não estar em uma banda, e isso nos lembrou o porquê estamos na banda. Nós trabalhamos muito duro. A gravadora sabia que estava falindo e fingiram que tudo estava bem – uma compania gigante sabe meses antes de falir que eles vão falir. Eles sabiam e nós nos sentimos muito enganados. Não foi a primeira vez que esse tipo de coisa aconteceu, e isso nos fez perguntar o seguinte. “Nós queremos continuar?” Então nós demos um tempo. E é aí que você se lembra o porque você faz musica – puramente baseado na paixão, forçado a pensar o porque você está com ela – tipo como uma briga com sua namorada.
Nós não tínhamos uma gravadora neste ponto, então nós gravamos esse álbum num estilho guerrilha.



VIK: O feriado mexicano El Dia de Los Muertos teve alguma influência particular?

J3T: Eu consigo ver o porquê as pessoas pensariam isso, vindo de L.A; mas não houve nenhuma influencia, nunca. Não foi a intenção

VIK: Após ouvir Day of the Dead, seu som evoluiu desde os álbuns anteriores e vocês estão indo em alguns territórios ainda não explorados. Agora existem tantas influencias no trabalho que é duro apontar apenas um. Houveram artistas ou sons que mais influenciaram vocês durante a gravação e a produção do álbum?

J3T: Eu não ouço música enquanto estou gravando. Coisas podem ficar grudadas na sua cabeça, então eu me abstenho de música enquanto estou escrevendo. Você não quer acidentalmente copiar um trecho de alguma outra pessoa. Nosso gosto musical é muito eclético e quando escrevemos, misturamos coisas que parecem ficar boas juntas. Nós nos forçamos a criar uma música que misture as músicas que soam como nós, que nos diverte enquanto fazemos, e não seguramos nada. Nós escrevemos cerca de 30-40 músicas por álbum e algumas ficam realmente um lixo que nós nunca poderíamos lançar. Nós sempre nos forçamos nesse sentido; sempre mudando e mantendo as coisas interessantes.

VIK: Enquanto o Notes parecia ser um pouco mais rock (e cru, que montanha russa emocional!) DOTD parece ser mais um lado gangsta rap do HU, especificamente em Guzzle Guzzle”. O que influenciou esta mudança?

J3T: Nós tentamos escrever as melhores musicas sobre o que nós nos sentimos bem e o que é relevante em nossa mente naquela época. Guzzle Guzzle é o produto do que acontece às 6 da manhã quanto você está drogado no estúdio. É bem mais dark e nós fizemos um horário mais tarde no estúdio, da meia noite às 8 da manhã, meio de propósito. Quando você está no estúdio qualquer coisa pode acontecer. Como Medicine, do Notes, foi uma música meio “fora do comum” e eu sempre quis escrever uma música no estilo Doo’Wop dos anos 50, em homenagem ao meu avô, e foi aquilo que saiu. Às vezes você tem que cavar para achar as músicas e os resultados dessas introspecções.

VIK: Festas são uma grande parte das suas letras e estão realmente evidentes neste álbum em particular. Não parecem mais com as festas em casas de suas músicas mais antigas. Em faixas como Party By Myself e Live Forever parece um pouco mais de clube do que estamos acostumados, vindo de vocês. O que causou esta mudança?

J3T: Party By Myself é uma música muito dark sobre quando ninguém quer sair com você. É um conceito do Trent Reznor, de pegar uma música feliz, uma música de festa que não é feliz. É apenas uma daquelas coisas. Live Forever tem a intenção de ser mais animadora – você quer que as pessoas se sintam bem às vezes, e é o denominador comum de que somos muito mais semelhantes do que nós acreditamos. Também, nós tentamos fazer musicas que são mais como uma experiência e isso entrou em jogo também. Live Forever foi feita para ser tocada ao vivo.

VIK: Vocês colaboraram com alguém novo neste álbum?

J3T: Não, nós apenas colaboramos com artistas que são como Trent Reznor. Nós somos uma banda bem fechada.

VIK: Vocês passaram por algumas mudanças de pessoal nos ultimos anos. Como isso tornou a banda mais forte agora que estes membros saíram.

J3T: Honestamente eu nem penso mais a respeito disso, pois já fazem 4 anos que ninguém sai da banda. Pessoas se movem em direções diferentes e nós queríamos ir em direções diferentes. Às vezes, você pensa em duas coisas diferentes, artisticamente. Você se apaixona por algo e enquanto algumas pessoas embarcam na sua ideia, você sabe que ou você deixa essas coisas de fora ou simplesmente as coisas não funcionam.

VIK: Sua tour começou nessa grande cidade de amor fraternal! Alguma coisa especial sobre a Philadelphia que fez vocês gostarem mais daqui e começarem a tour pela cidade?

J3T: Nós queríamos fazer um show para a base de fãs mais apaixonada que existe aqui, e definitivamente existe uma conexão. Quando você toca em uma casa menor como a Underground Arts, é divertido estar lá perto do pessoal e isso torna o show muito mais íntimo. É a única hora do dia que eu estou aproveitando. Nós íamos tocar no TLA – Theatre of Living Qualquer coisa – e foi uma mudança de ultimo minuto. Nós todos crescemos andando de skate e o Love Park estava em muitos dos vídeos que nós assistíamos. É um lugar tão histórico e legal da cidade que é muitas vezes esquecido. Estou feliz que nós tocamos aqui. Simplesmente não funcionou com o TLA. Um set acústico também seria legal lá, na Underground Arts.

VIK: Vocês têm muita interação com os fãs nos shows, e essa interação parece vir dos dois lados (banda – fãs). De onde vem essa energia?

J3T: Fazer shows pode vir a ser muito chato logo. E a gente já fez mais de 2000 shows. Se você não tenta fazer com que seja divertido e aproveitar, não vale a pena. Muitas pessoas querem fazer o que eu faço, e eu costumava pensar “bom, eu sou o melhor nisso” quando eu era (mais novo e arrogante), mas agora eu aprendi a apreciar o que eu sou capaz de fazer todos os dias. E parte dessa apreciação, você deve as pessoas que pagam para te ver e fazem com que isso se torne divertido para você e assim se torna divertido para todo mundo.


VIK: O que está por vir no mundo do HU?. 

J3T: Só a turnê. É um ciclo: grave um disco e depois faça uma turnê. Tem essa grande turnê pelos EUA, depois na Europa por seis semanas... basicamente, muita turnê. Isso pode se tornar realmente uma rotina depois de um tempo. Quando você faz shows com pessoas, e especialmente em uma banda, que está junta por 10 anos. É um pouco triste quando você pensa “uh, 10 anos!” e vocês ainda estão juntos. Eu penso que todos nós estamos realmente revigorados e animados para ver o que acontece.

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